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Escritores Deslumbrados: Qual o seu número?
Escritores Deslumbrados: Qual o seu número?

ESCRITORES DESLUMBRADOS: QUAL O SEU NÚMERO?

 

No dicionário, deslumbrar quer dizer:

Fazer com que os olhos e/ou a visão fiquem embaciados pelo excesso de luz (brilho); provocar ofuscamento nos olhos e/ou na visão; ofuscar: a luz do poste, excessivamente clara, deslumbrava (os pedestres).
Causar certo tipo de alteração/perturbação nos olhos e/ou na visão: o aumento da sua temperatura deslumbrava (-a).                                 

Figurado: Ficar repleto de admiração (por alguma coisa que se destaca pelo excesso de boas qualidades); ficar fascinado por; seduzir-se: seu conhecimento deslumbra (o professor); deslumbrou-se com a inteligência do professor.
Figurado: Desorientar o espírito: a fama repentina deslumbrava-a.

 

Diante de vários episódios envolvendo escritores e poetas, que confundem um “pouco” ou, às vezes, “muito”, o seu papel na Literatura, eu recomendo cautela.  Nunca seremos celebridades, salvo com algum golpe de sorte ou do destino (se houver) que possa surpreender alguém. Um acaso, tipo raro no país tropical ou mundo afora.

 

Em minha modesta opinião, nós, autodenominados escritores, não devemos colocar nosso nome e pessoa acima de nossos escritos.  Quem somos nós?  Apenas pessoas comuns, sensíveis, com talento e criatividade para transformar em palavras, em prosa ou em verso o nosso pensamento e sentimentos.  Nossa experiência diante dos fatos da vida real. Nossos sonhos e desejos, bem como sabores e dissabores.

 

Usamos a Internet e as redes sociais para divulgar nossos trabalhos. Eu escrevi “nossos trabalhos”.  Eu quero ser, um dia, respeitada e admirada pela minha contribuição à Literatura Brasileira.  Não quero ser celebridade. Quero sim, ficar bem escondida, reclusa até, para estudar e aprender cada vez mais, para que meus escritos tenham qualidade e sejam lidos, que as pessoas se identifiquem com os textos ou tenham o desejo de se inserir no enredo.  Não quero “uma cadeira” numa Academia de Letras. Para quê?  Não vejo ações das tais “academias” em benefício de nossos escritores e muito menos da literatura.  E custa caro: quando me ofereceram uma “cadeira/vaga”, eu precisaria pagar R$ 600,00. E olhem que nem livro publicado eu tinha à época.  É só uma maneira desse povo aparecer e ser chamado de “Imortal”.  Eu tento, mas eu não consigo saber qual é a serventia!

 

Outro fato estranho são os títulos e comendas.  “Sou um consagrado escritor... Sou uma embaixadora... Sou o comendador tal...”.  Eu sinto vergonha.  Um amigo escritor classificou a categoria em cinco.  Em qual definição você se encaixa?

 

Tipo 1 - Os escritores bebês: Precisam de uma babá o tempo todo para lhes dizer, várias vezes, onde estão as coisas e o que eles têm de fazer;

 

Tipo 2 - Os escritores estrelas: só eles existem na imensidão do espaço, e, de preferência, todos os telescópios devem estar apontados para eles, não para a estrela ao lado;

 

Tipo 3 - Os escritores analfabetos em leitura: por mais que você escreva, por mais que você informe, eles sempre vão dizer: "Eu li, mas não entendi”. Ou, "não achei para ler, só vi o título, ou a chamada, onde eu encontro o link";

 

Tipo 4 – Os escritores com distinção honorífica: onde os títulos e as comendas representam o escritor.  Sua escrita nem faz sucesso de crítica e público, mas carrega junto ao nome a distinção.

 

Tipo 5 – Os escritores normais: aqueles que simplesmente escrevem, cuidam da sua carreira e auxiliam a literatura brasileira a ser maior. 

 

Deslumbramento não adianta de nada, só irá atrair os invejosos, os fracos e os sem caráter.  Vamos é aprimorar nossos conhecimentos, nossos escritos e trabalhar muito.  Alguns também “acham” que se publicar um livro ou dois, já vão virar celebridade.  Se você está escrevendo com o propósito de se tornar um “superstar”... Desista.  Se o acaso bater à sua porta, comemore, caso contrário, só morrendo para virar estrela!

Nell Morato

Com a colaboração do escritor Luiz Amato

Crítica/05/05/2016